Jean-Claude Juncker é um velho "routier" das coisas europeias. Melhor que ninguém, ele terá sido sensível à dificuldade de fazer a "quadratura do círculo", num exercício que combina poderes e sensibilidades nacionais e do qual não podem estar ausentes os critérios de competência. Creio que Juncker conseguiu um resultado hábil, ao criar um grupo curioso, onde se nota o "dedo" da Alemanha. Haverá agora que ver se o modelo é eficaz.
Os principais países foram bem "servidos", como seria de esperar. As poucas mulheres do novo executivo de Bruxelas - muito menos do que aquelas com que Juncker desejaria poder contar - têm alguns lugares de relevo. Aos comissários oriundos de alguns países mais pequenos foram dadas responsabilidades interessantes, o que não deixa de ser equilibrador. Em especial, será interessante observar se as "vice-presidências", que no passado foram quase sempre "verbos de encher", virão a ter, de facto, algum poder coordenador no futuro. Porém, olhando para o perfil de alguns comissários que ficarão teoricamente sob essa "coordenação", fico com muitas dúvidas sobre a praticabilidade do modelo.
Portugal teve um excelente resultado. A pasta atribuída a Carlos Moedas é, na minha opinião, muito melhor do que alguma vez se poderia legitimamente pensar. Mas não deixa de ser irónico que a um país que, nos últimos três anos, tem vindo a delapidar o património de prestígio que, no setor da Investigação e Inovação, o trabalho de um homem como Mariano Gago havia grangeado pela Europa e pelo mundo, seja agora dado o portfolio que diretamente lida com esse tema crucial para o futuro. Citando João César Monteiro, Moedas deve estar a perguntar-se: "que farei com esta pasta?". Com total sinceridade, espero que faça o melhor possível.
Os principais países foram bem "servidos", como seria de esperar. As poucas mulheres do novo executivo de Bruxelas - muito menos do que aquelas com que Juncker desejaria poder contar - têm alguns lugares de relevo. Aos comissários oriundos de alguns países mais pequenos foram dadas responsabilidades interessantes, o que não deixa de ser equilibrador. Em especial, será interessante observar se as "vice-presidências", que no passado foram quase sempre "verbos de encher", virão a ter, de facto, algum poder coordenador no futuro. Porém, olhando para o perfil de alguns comissários que ficarão teoricamente sob essa "coordenação", fico com muitas dúvidas sobre a praticabilidade do modelo.
Portugal teve um excelente resultado. A pasta atribuída a Carlos Moedas é, na minha opinião, muito melhor do que alguma vez se poderia legitimamente pensar. Mas não deixa de ser irónico que a um país que, nos últimos três anos, tem vindo a delapidar o património de prestígio que, no setor da Investigação e Inovação, o trabalho de um homem como Mariano Gago havia grangeado pela Europa e pelo mundo, seja agora dado o portfolio que diretamente lida com esse tema crucial para o futuro. Citando João César Monteiro, Moedas deve estar a perguntar-se: "que farei com esta pasta?". Com total sinceridade, espero que faça o melhor possível.
(Artigo publicado em 11.9.14 no "Diário Económico")
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